Ter que fazer esse post logo depois de ter falado tantas maravilhas no anterior, ter comemorado tanto os 100 anos do nosso Vô, fazer esse aqui não é nada fácil.
O post planejado antes de domingo começaria contando como foi divertida a festa de aniver do meu marido, na sexta. O quanto estava bom ter a companhia da família do Gusta e minha juntas, o quanto o "costelão" estava delicioso, quantas cervejas tomamos, o sambinha que rolou depois.... Tudo ótimo!
Sábado foi então o dia do aniver do marido.... e fizemos tudo que ele quis. Ou seja, nadica de nada! Ele nem colocou os pés pra fora de casa, apesar do sol e calorzinho delícia de 18 graus que fez. Fiz as vontades dele, preparei almoço, trouxe tudo na mão dele. Tudo ótimo.
Domingo seria dia de festa.... muita festa!
Na casa dos meus avós estavam meus priminhos que vieram do RJ para comemorar com a família, todos se reuniriam para churrasquear falar alto, minha irmã Larissa preparou negrinhos (brigadeiros) e tia Arleti fez torta.
A notícia de que meu tio João Carlos (já falei dele
aqui e
aqui), tinha passado mal na manhã do domingo foi recebida com apreenção. Ele estava em quimioterapia de novo, mas já passou por crises antes e sempre lutou forte e conseguiu melhorar muuuito. E agora era a época que ele estava melhor... última quimio para depois poder seguir com tratamento. Essa crise de domingo não seria nada de mais!
Erramos!
Perto das 12:30 meu tio Luiz liga, fala com a tia Jane (esposa do Tio João Carlos) e só vejo ela saindo correndo da casa dos meus avós chorando alto. Sem entender abraço forte e pergunto o que foi....
"... teu tio faleceu..." - falou tia Jane aos prantos.
Nisso já não sabia mais quem abraçar, se minha mãe que chegava exatamente naquela hora e chorava muito, se minha outra tia Arleti que gritava desesperada, se minha irmã ou minha priminha carioca que estava assustada ao ver todos naquele estado.
Como contar aos meus avós, que perderam 1 filho??? Meu vô aos 100 anos vivo para enterrar um filho.... minha vó querendo ir no lugar dele...
Foi difícil demais!
O domingo de espera pelo corpo que vinha de Porto Alegre, a madrugada longa e cansativa velando, a segunda feira de levar vô e vó ver o corpo do filho.
A tentativa de amparar os filhos e esposa parece tarefa impossível. Acredito que só eles mesmos conseguem se consolar e entender a dor, cada um a seu jeito.
Foi para mim, a perda mais difícil até hoje.... a mais próxima, a mais sentida e sofrida.
Mas saber que meu tio teve uma vida linda ajuda... era uma das pessoas mais boas que eu já conheci. Já tirou de si para dar a quem precisava, amou a família e filhos acima de tudo. Conseguiu ver os netos gêmeos nascerem e alegria maior não poderia existir para ele.
Hoje o dia segue triste, meio cinza aqui.... mas com certesa o ceu está em festa por receber uma pessoa tão especial.